Com a pandemia da Covid-19, a extrema pobreza cresce no Brasil |
A pandemia do novo coronavírus, que já causou mais de 80 mil mortes no Brasil e uma crise socioeconômica sem precedentes, fez com que a latente ameaça da insegurança alimentar dos últimos anos se tornasse realidade para as populações mais pobres do país.
No ano passado, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) havia alertado que o Brasil poderia voltar a ser incluído no Mapa da Fome, ou seja, na relação de países que têm mais de 5% da população ingerindo menos calorias que o recomendável. Desde 2014, o país já havia deixado essa lista.
A estimativa do Banco Mundial é que cerca de 5,4 milhões de brasileiros atinjam a extrema pobreza, chegando ao total de 14,7 milhões de pessoas até o fim de 2020, ou 7% da população.
“O Brasil já está dentro do Mapa da Fome. Vamos ter que fazer todo um esforço de reconstrução. Esperamos que um dia se reponha a participação social no país, de forma que possamos, novamente, sair do Mapa da Fome, e oferecer condições de alimentação com comida de verdade para nossa população”, afirmou Francisco Menezes, ex-presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), em entrevista ao portal Brasil de Fato.
Apesar do peso inegável da Covid-19, ações estão sendo pensadas e instituições estão se unindo para combater a fome em tempos de coronavírus. A própria Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) está junta com a Cáritas Brasileira, por meio da Ação Solidária Emergencial “É tempo de Cuidar”, desde o dia 12 de abril, doando alimentos não perecíveis para as dioceses brasileiras, em várias partes do país. A ação conta também com a parceria da organização não-governamental Ação da Cidadania, fundada pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, em 1993.
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