FRANCISCO: "É no Evangelho que encontramos Cristo como ele é" |
Francisco aconselhou novamente a carregarem sempre
um pequeno Evangelho de bolso e ler uma passagem todos os dias. "Ali vocês
encontrarão Jesus como Ele é, como Ele se apresenta; encontrarão Jesus que nos
ama, que nos ama muito, que nos quer tanto bem", disse.
Mariangela
Jaguraba - Vatican News
O Papa Francisco rezou a oração
mariana do Angelus deste domingo (16/08), Solenidade da Assunção de Nossa
Senhora, no Brasil, com os fiéis e peregrinos na Praça São Pedro.
“O Evangelho deste domingo
descreve o encontro entre Jesus e uma mulher cananeia”, disse o Pontífice em
sua alocução. “Jesus se encontra no norte da Galileia, num território
estrangeiro, a mulher não era judia, era cananeia. Jesus se encontra ali para
estar com seus discípulos um pouco longe das multidões, das multidões que o
procuram em número cada vez maior. E uma mulher se aproxima dele implorando por
ajuda para sua filha doente: 'Senhor, tem piedade de mim’.”
É o grito que nasce de uma vida
marcada pelo sofrimento, pelo sentimento de impotência de uma mãe que vê a
filha atormentada pelo mal e não se cura, mão pode curá-la. Jesus inicialmente
a ignora, mas esta mãe insiste, insiste, até mesmo quando o Mestre diz aos
discípulos que sua missão é dirigida apenas às “ovelhas perdidas da casa de
Israel” e não aos pagãos. Ela continua a implorá-lo, e ele, naquele momento, a
coloca à prova citando um provérbio: «Não está certo tirar o pão dos filhos, e
jogá-lo aos cachorrinhos.» E a mulher imediatamente responde angustiada «Sim,
Senhor, é verdade; mas também os cachorrinhos comem as migalhas que caem da
mesa de seus donos.»
Segundo o Papa, “com essas
palavras, aquela mãe mostra que intuiu que a bondade do Deus Altíssimo,
presente em Jesus, está aberta a todas as necessidades de suas criaturas”. Esta
sabedoria cheia de confiança atinge o coração de Jesus tira dele palavras de
admiração: “Mulher, é grande a sua fé! Seja feito como você quer”.
“O que é a grande fé?”, perguntou
Francisco. “A grande fé é aquela que leva sua própria história, marcada também
por feridas, aos pés do Senhor, pedindo-Lhe que a cure, que lhe dê sentido”.
Cada um de nós tem a sua própria
história e nem sempre é uma história “para exportação”, nem sempre é uma
história limpa. Muitas vezes é uma história difícil, com muitas dores, muitos problemas
e muitos pecados. O que eu faço com a minha história? A escondo? Não!
Devemos levá-la diante do Senhor. “Senhor, se quiser, você pode me curar”. Isto
é o que esta mulher nos ensina, esta boa mãe: a coragem de levar a sua história
de dor perante Deus, perante Jesus; tocar a ternura de Deus, a ternura de
Jesus. Façamos a prova dessa história, dessa oração. Pensemos cada um na
própria história. Há sempre coisas ruins numa história, sempre.
O Papa disse que devemos ir a
Jesus, bater no coração de Jesus e dizer-lhe: “Senhor, se quiser, você pode me
curar”! “Conseguiremos fazer isso se tivermos sempre conosco o rosto de Jesus,
se entendermos como é o coração de Cristo, como é o coração de Jesus: um
coração que tem compaixão, que carrega sobre si as nossas dores, que carrega
sobre si os nossos pecados, os nossos erros, os nossos fracassos, mas é um
coração que nos ama assim como somos, sem maquiagem: nos ama assim”, sublinhou
Francisco.
“Senhor, se quiser, você pode me
curar”, repetiu o Pontífice. “Para isso é necessário compreender Jesus, ter
familiaridade com Jesus”, disse o Papa, acrescentando:
E volto sempre ao conselho que
lhes dou: carregar sempre um pequeno Evangelho de bolso e ler uma passagem
todos os dias. E ali vocês encontrarão Jesus como Ele é, como Ele se apresenta;
encontrarão Jesus que nos ama, que nos ama muito, que nos quer tanto bem.
Lembremo-nos da oração: “Senhor, se quiser, você pode me curar”. Bonita oração!
Carreguem o Evangelho na sua bolsa, no seu bolso e também no seu celular, para
ver. Que o Senhor nos ajude, a todos nós, a rezar esta bonita oração que
uma mulher pagã nos ensina, não cristã, não judia, mas pagã.
Francisco concluiu, pedindo à Virgem Maria para que “interceda com a sua
oração, para que em cada batizado cresça a alegria da fé e o desejo de
comunicá-la com o testemunho de uma vida coerente, que nos dê a coragem de nos
aproximar de Jesus e lhe dizer: Senhor, se quiser, você pode me curar”.
Fonte: VATACANO NEWS
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