Caniello: "É a oportunidade do PT voltar a dialogar com a sociedade campinense" |
Professor
da UFCG no curso de Ciências Sociais, Márcio
Caniello vem construindo o processo para a consolidação do seu nome como
pré-candidato a prefeito de Campina Grande pelo Partido dos Trabalhadores.
Ex-presidente
do Diretório Municipal do PT na cidade, Caniello enfrenta a resistência do
atual presidente da legenda, professor Hermano Nepomuceno, que é contrário a
tese de candidatura própria a prefeito, mas conta com o apoio de quase 150
militantes que subscreveram e tornaram público um manifesto em defesa da sua pré-candidatura.
Em
entrevista exclusiva para o BOA NOTÍCIA PB, Márcio justifica que seu desejo de
ser candidato a prefeito pelo PT está
amparado na resolução do Congresso Nacional do partido, realizado no final do
ano passado. Ele também revela que essa
é principalmente a vontade da militância petista
campinense.
Márcio
Caniello critica a gestão do prefeito Romero Rodrigues e enfatiza que o maior
problema da Prefeitura de Campina hoje é
o empreguismo vergonhoso.
Confira
a entrevista.
"Nossa candidatura vai ajudar na eleição dos vereadores do partido", reforça Caniello |
BN
– Como o sr. avalia a posição do presidente do seu partido, professor Hermano
Nepomuceno, ao defender que todas as estratégias do PT no pleito municipal de Campina deste
ano priorizem apenas a chapa proporcional?
MÁRCIO
CANIELLO – Essa não é uma visão hegemônica em Campina Grande e muito menos em
nível nacional do partido. É claro que nós não diminuímos a importância das
eleições proporcionais. Mas um fato interessante é que só conseguimos eleger
vereadores em toda sua história de luta
na Paraíba quando tínhamos alguém do partido na chapa majoritária. Nossa
tese é que a candidatura própria reforça a chapa proporcional, ainda mais no ano
que não teremos coligações nas proporcionais. Nossa candidatura vai ajudar
muito as candidaturas a vereador do partido.
BN
– Por que o PT de CG deve ter candidatura própria a prefeito?
MÁRCIO
CANIELLO – Porque o Congresso Nacional do PT realizado no final do ano passado
definiu como orientação no país a apresentação de candidaturas próprias a
prefeito onde for possível. Outra resolução política da Executiva é que em
municípios com mais de 100 mil habitantes, onde haja segundo turno e que tenham
geração de rádio e tv, são prioritários no entendimento do PT
nacional para as candidaturas próprias, especialmente no Nordeste. Campina
Grande se enquadra nesses princípios.
BN
– Acredita que sua pré-candidatura vai prosperar?
MÁRCIO
CANIELLO – Nós estamos trabalhando para isso. Eu não posso deixar de atender ao
chamado de 142 companheiros e
companheiras do Partido dos Trabalhadores de Campina Grande que assinaram um
manifesto com uma representatividade muito grande. São sindicalistas,
lideranças comunitárias, professores, servidores públicos, microempresários,
estudantes, artistas, intelectuais, movimento LGBT, mulheres, enfim trabalhadores,
trabalhadoras e profissionais liberais. É um conjunto de companheiros que entende a importância da candidatura própria do PT em Campina. A ultima vez que o PT lançou candidatura própria na
cidade foi em 2004. O Partido dos Trabalhadores
tem que voltar a dialogar com a sociedade campinense e nós temos a convicção
que a militância quer uma candidatura própria para ir às ruas defender o legado
do Partido dos Trabalhadores na cidade que acabou com a crise hídrica de
Campina, construiu 10 mil casas e apartamentos e garantiu recursos para a
expansão da UFCG.
BN
- Alguns petistas na cidade articulam apoio a uma candidatura proposta pelo FÓRUM PRÓ-CAMPINA.
Como vê essa articulação?
MÁRCIO
CANIELLO – Faço parte do Fórum e tenho
participado da discussão. É mais programático e tem a intenção de definir um
programa mínimo de governo para os candidatos ou candidatas a prefeito do campo
democrático e popular de Campina Grande. O Fórum está funcionando muito bem, trazendo
propostas e questões para que os candidatos do campo democrático e popular se
proponham a disputar as eleições e possam se comprometer com uma pauta mínima.
BN -
Que propostas a eventual
pré-candidatura a prefeito de Márcio Caniello apresentará ao povo de Campina?
MÁRCIO
CANIELLO – Vamos defender em primeiro lugar a transição ecológica para Campina
Grande, tanto da gestão quanto da cidade. Esse é o eixo central das diretrizes
do modo petista de governar das eleições de 2020. Temos que pensar cidades mais
sustentáveis. Em Campina a questão da água é central. Em segundo lugar
defendemos uma cidade compacta, conectada e coordenada. Precisamos ter conexão
entre os diversos bairros da cidade e regiões, integrando os seus habitantes em
torno de um projeto que seja inclusivo. Temos que discutir muito o transporte
público, programa das calçadas, garantindo a acessibilidade. A terceira
diretriz diz respeito as cidades
inteligentes, a universalização do acesso a internet que é um direito
fundamental, vendo a capacidade financeira de cada cidadão, ampliação dos
espaços de participação nos Conselhos Municipais, revigorar os Clubes de Mães e
SABs por meio de parcerias com a Prefeitura, estabelecendo um diálogo mais
produtivo. Vamos trazer para a cidade o
Orçamento Participativo 2.0, que terá
não apenas a participação do cidadão na deliberação, sobretudo no monitoramento
da aplicação dos recursos. Nós vamos reinventar o OP em CG, acabar com o
empreguismo vergonhoso existente hoje na prefeitura de CG; implantar o IPTU
progressivo, extinguir a especulação
imobiliária, revisar a planta de valores da cidade.
BN - Qual o maior problema da Prefeitura de
Campina Grande hoje?
MÁRCIO
CANIELLO – O empreguismo. O que se vê hoje na estrutura da Prefeitura de
Campina são cabides de empregos no Gabinete do Prefeito, nas secretarias e autarquias.
Tem aí um monte de sites denunciando essa vergonha, a partir de
dados disponibilizados pelo TCE, através do Sagres. É preciso fazer concurso
público para acabar com o empreguismo
vergonhoso.
*******Por
VANILDO SILVA
Jornalista-editor do Boa Notícia PB
e produtor do Boa Notícia no Rádio
Jornalista-editor do Boa Notícia PB
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