CNBB: " As relações da Igreja são pautadas pelos valores do Evangelho" |
Em Nota de Esclarecimeno, emitida na noite deste sábado, 6 de junho, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio de sua Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, juntamente com a SIGNIS Brasil e a Rede Católica de Rádio (RCR), associações de caráter nacional que reúnem as TVs e rádios de inspiração católica do Brasil, informam que “não organizaram e não tiveram qualquer envolvimento com a reunião entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, representantes de algumas emissoras de TV de inspiração católica e alguns parlamentares” como informou o jornal O Estado de São Paulo. As organizações informam também que “nem ao menos foram informadas sobre tal encontro”.
O documento esclarece ainda que “as emissoras intituladas ‘de inspiração católica’ possuem naturezas diferentes. Algumas são geridas por associações e organizações religiosas, outra por grupo empresarial particular, enquanto outras estão juridicamente vinculadas a dioceses no Brasil. Elas seguem seus próprios estatutos e princípios editoriais. Contudo, nenhuma delas e nenhum de seus membros representa a Igreja Católica, nem fala em seu nome e nem da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que tem feito todo o esforço, para que todas as emissoras assumam claramente as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil”.
Sobre a reunião, as organizações que assinam conjuntamente a Nota de Esclarecimento, afirmam ter recebido com estranheza e indignação a notícia sobre a oferta de apoio ao governo por parte de emissoras de TV em troca de verbas e solução de problemas afeitos à comunicação. “A Igreja Católica não faz barganhas. Ela estabelece relações institucionais com agentes públicos e os poderes constituídos pautada pelos valores do Evangelho e nos valores democráticos, republicanos, éticos e morais”, diz o texto.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Sobre a reportagem “Por verbas, TVs católicas oferecem a Bolsonaro apoio ao governo”, com a manchete na primeira página “Ala da Igreja Católica oferece a Bolsonaro
apoio em troca de verba”, do jornal O ESTADO DE SÃO PAULO em 06.06.20, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Comissão Episcopal Pastoral
para a Comunicação, juntamente com a SIGNIS Brasil e a Rede Católica de Rádio
(RCR), associações que reúnem as TVs de inspiração católica e as rádios católicas no
Brasil, esclarecem que não organizaram e não tiveram qualquer envolvimento com a
reunião entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, representantes de algumas
emissoras de TV de inspiração católica e alguns parlamentares, e nem ao menos foram
informadas sobre tal encontro.
Informamos que as emissoras intituladas “de inspiração católica” possuem naturezas
diferentes. Algumas são geridas por associações e organizações religiosas, outra por
grupo empresarial particular, enquanto outras estão juridicamente vinculadas a
dioceses no Brasil. Elas seguem seus próprios estatutos e princípios editoriais. Contudo, nenhuma delas e nenhum de seus membros representa a Igreja Católica, nem fala
em seu nome e nem da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que tem feito todo
o esforço, para que todas as emissoras assumam claramente as Diretrizes Gerais da
Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil.
Recebemos com estranheza e indignação a notícia sobre a oferta de apoio ao governo
por parte de emissoras de TV em troca de verbas e solução de problemas afeitos à
comunicação. A Igreja Católica não faz barganhas. Ela estabelece relações institucionais com agentes públicos e os poderes constituídos pautada pelos valores do Evangelho e nos valores democráticos, republicanos, éticos e morais.
Não aprovamos iniciativas como essa, que dificultam a unidade necessária à Igreja, no
cumprimento de sua missão evangelizadora, “que é tornar o Reino de Deus presente
no mundo” (Papa Francisco, EG, 176), considerando todas as dimensões da vida
humana e da Casa Comum. É urgente, sim, nestes tempos difíceis em que vivemos,
agravados seriamente pela pandemia do novo coronavírus, que já retirou a vida de
dezenas de milhares de pessoas e ainda tirará muito mais, que trabalhemos verdadeiramente em comunhão, sempre abertos ao diálogo.
***** Ascom CNBB
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