Psicóloga Raissa Nóbrega afirma que muitos jovens estão tirando a vida |
Estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que 800 mil pessoas morrem por suicídio por ano no mundo- os números do relatório são referentes a 2016. No Brasil, foram registrados 13.467 casos, a grande maioria - 10.203 - entre homens, de acordo com a entidade.
O suicídio também é a segunda
causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo, atrás apenas de acidentes
de trânsito. E a cada 40 segundos uma pessoa se suicida, sendo que 79% dos
casos se concentram em países de baixa e média renda.
“É um número elevado de jovens
que estão tirando a própria vida. A gente precisa entender o que está causando
esse fenômeno. Cada vez mais, temos experiência própria de pessoas próximas que
pensam e tentam o suicídio”, ressalta a psicóloga, especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental Raissa Nóbrega, do
Hapvida.
A especialista ainda cita que,
nove em cada 10 mortes por suicídio, podem ser evitadas e a prevenção é
fundamental. O assunto ainda é
considerado tabu, sendo fundamental que em momentos difíceis as pessoas
consigam pedir ajuda para familiares, amigos ou ao um médico.
A psicóloga ainda sublinha que
o primeiro passo para a prevenção ao suicídio é começar a falar mais sobre o
tema, quebrar um pouco do tabu, especialmente por parte dos parentes e os
amigos. Todavia, Raissa Nóbrega pondera que é preciso muito cuidado, principalmente a Mídia, como vai divulgar esse conteúdo.
“A gente orienta que não dê
ênfase a forma como as pessoas se matam
porque isso pode gerar um efeito dominó, servir de gatilho por uma
pessoa, que está em casa sem
comunicação, escutar aquela informação”,
afirma Raissa.
Para ela, é interessante que
se fale sobre os sintomas da depressão, os gatilhos que podem ser levados para
que a pessoa comece a identificar e ver que ela tem um potencial para um
transtorno mental e que ela venha procurar um auxílio.
“A gente pode prevenir é
alertando cada passo desse, cada doença, cada fator de risco e levantando a
importância de um diálogo principalmente entre os familiares”, afirma a
psicóloga.
Setembro Amarelo- Raissa
Nóbrega explica que a campanha surgiu da
preocupação de se ter dados alarmantes que estão sendo notificados de suicídio,
além dos casos não notificados. Também
alerta sobre o problema que é de saúde pública e afetando a saúde física e
emocional de muitas pessoas.
A especialista ainda cita
sociólogo francês Émile Durkeim, quando diz que suicídio é um fenômeno social.
É fruto da fragilização de laços sociais, da perda do controle do Estado, da
figura paterna, do enfraquecimento que o sujeito se vê muitas vezes
desvinculado da sociedade.
“Hoje em dia, as pessoas estão
se escondendo muito mais por trás das redes sociais e são redes frágeis, não
são nada que consolidem, que firme o sujeito ali. Ele apenas mostra aquilo que
ele gosta de ser. Dessa forma, entende
que ele tal como ele é não é compreendido pelo outros e não mantém o vínculo”,
afirma.
Por fim, Raissa Nóbrega
comenta sobre os tipos de doenças e os fatores de risco para o suicídio. Cita
os transtornos psiquiátricos, entre os principais, estão a depressão maior, os
transtornos bipolares, transtornos de humor, a esquizofrenia e o
alcoolismo.
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REDAÇÃO COM ASCOM
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