Serão vacinados, no primeiro momento, 5,88 milhões de profissionais da saúde no país |
O governo lançou nesta
quarta-feira (16) o Plano Nacional de
Operacionalização da Vacina contra a Covid-19. Elaborado pelo
Ministério da Saúde, o documento já havia sido entregue no dia 12 pelo
advogado-geral da União, José Levi, ao ministro Ricardo Lewandovski, relator
das ações que tratam da obrigatoriedade da vacina e outras
medidas de combate à pandemia.
O plano está dividido em dez eixos,
que incluem descrições sobre a população-alvo para a vacinação; sobre as
vacinas já adquiridas pelo governo e as que estão em processo de pesquisa; a
operacionalização da imunização; o esquema logístico de distribuição das
vacinas pelo país; e as estratégias de comunicação para uma campanha nacional.
O documento entregue não indica data para início da vacinação.
O Plano Nacional de Vacinação contra
a covid-19, apresentado pelo governo, prevê quatro grupos prioritários que
somam 50 milhões de pessoas, o que vai demandar 108,3 milhões de doses de
vacina, já incluindo 5% de perdas, uma vez que cada pessoa deve tomar duas
doses em um intervalo de 14 dias entre a primeira e a segunda injeção.
Quem vai receber
primeiro a vacina
O primeiro grupo prioritário, a ser
vacinado na fase 1, é formado por trabalhadores da saúde (5,88
milhões), pessoas de 80 anos ou mais (4,26 milhões), pessoas de 75 a 79 anos
(3,48 milhões) e indígenas com idade acima de 18 anos (410 mil). A fase 2 é formada por pessoas de 70 a 74 anos (5,17
milhões), de 65 a 69 anos (7,08 milhões) e de 60 a 64 anos (9,09 milhões).
Na fase 3, a previsão é vacinar 12,66 milhões de pessoas acima
dos 18 anos que tenham as seguintes comorbidades: hipertensão de difícil
controle, diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal,
doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, indivíduos transplantados de
órgão sólido, anemia falciforme, câncer e obesidade grave (IMC maior ou igual a
40).
Na fase 4, deverão ser
vacinados professores do nível básico ao superior (2,34 milhões), forças de
segurança e salvamento (850 mil) e funcionários do sistema prisional (144 mil).
O Ministério da Saúde pondera, no documento, que os grupos previstos ainda são
preliminares e poderão ser alterados.
Segundo o plano, o governo federal já
garantiu 300 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 por meio de três
acordos: Fiocruz/AstraZeneca (100,4 milhões de doses até julho de 2020 e mais
30 milhões de doses por mês no segundo semestre); Covax Facility (42,5 milhões
de doses); Pfizer (70 milhões de doses ainda em negociação).
Até agora, nenhum imunizante está
registrado e licenciado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),
etapa prévia obrigatória para que a vacinação possa ser realizada.
“De acordo com o panorama da OMS
[Organização Mundial da Saúde], atualizado em 10 de dezembro de 2020, existem
52 vacinas covid-19 candidatas em fase de pesquisa clínica e 162 candidatas em
fase pré-clínica de pesquisa. Das vacinas candidatas em estudos clínicos, há 13
em ensaios clínicos fase 3 para avaliação de eficácia e segurança, a última
etapa antes da aprovação pelas agências reguladoras e posterior imunização da
população. No Brasil, o registro e licenciamento de vacinas é atribuição da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pautados na Lei nº
6.360/1976 e regulamentos técnicos como a RDC nº 55/2010”, diz um trecho do
plano.
Para operacionalizar a campanha nacional
de vacinação, o plano do governo prevê capacitação dos profissionais de saúde
do Sistema Único de Saúde (SUS) e também um esquema de recebimento,
armazenamento, expedição e distribuição dos insumos, que são o próprio
imunizante, além das seringas e agulhas.
O principal complexo logístico será a
partir do aeroporto internacional de Guarulhos (SP), na sede da empresa VTC
Logística, que tem contrato com o Ministério da Saúde. O galpão da empresa
possui 36 mil metros quadrados nas imediações do aeroporto e conta com
ambientes climatizados, como docas e câmaras frias. Há também estruturas
menores em Brasília, Rio de Janeiro e Recife.
Também está prevista a entrega da
carga embalada por modal rodoviário para Santa Catarina, Espírito Santo, Mato
Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e
outras unidades da federação que fiquem em até 1.400 quilômetros de raio dos
centros de distribuição.
O governo também informa já ter
acordos firmados com companhias aéreas, como Latam e Azul, além de outras
empresas de carga aérea, para o transporte até as capitais da região Norte do
país. Pelo plano, a frota será rastreada 100% por satélite e a segurança do
transporte, em determinadas situações durante o deslocamento, ocorrerá por
conta da União.
Ainda de acordo com o plano, o
governo federal já disponibilizou R$ 1,9 bilhão de encomenda tecnológica
associada à aquisição de 100,4 milhões de doses de vacina pela
AstraZeneca/Fiocruz e R$ 2,5 bilhões para adesão ao Consórcio Covax Facitity,
associado à aquisição de 42 milhões de doses de vacinas.
Além disso, há outros R$ 177,6
milhões para custeio e investimento na Rede de Frio, na modernização dos CRIEs
(Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais), no fortalecimento e
ampliação da vigilância de síndromes respiratórias.
Também outros R$ 62 milhões foram
investidos para aquisição de mais 300 milhões de seringas e agulhas.
*Com informações Radiobras e
redação BOA NOTÍCIA PB
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