domingo, 27 de dezembro de 2020

Artistas de Campina denunciam “ações nebulosas” da ASSOCIAÇÃO AMIGOS DO TEATRO

 

Artistas denunciam que Teatro Municipal precisa de serviços essenciais


Sem as devidas assinaturas, alegando temerem perseguição e represálias do ainda subsecretário de Cultura da Prefeitura de Campina Grande, Erasmo Rafael Costa, um grupo de artistas postou nas redes sociais detalhado texto, denunciando as atividades consideradas nebulosas e escusas praticadas pela  intencionalmente denominada ASSOCIAÇÃO AMIGOS DO TEATRO.

Os artistas questionam qual a verdadeira função da ONG, que tem como “dono” o próprio subsecretário de Cultura, Erasmo Rafael. Querem saber qual o destino das verbas que a associação recebe da Prefeitura e denunciam que a estrutura física do Teatro Severino Cabral faz tempo que padece da manutenção de alguns serviços, considerados essenciais.

Confira, na íntegra, o texto-denúncia:

 

“ASSOCIAÇÃO AMIGOS DO TEATRO, O que se sabe dessa associação nebulosa: Foi criada por Erasmo Rafael da Costa e outros artistas.

- Quem são esses artistas?

Eles ainda fazem parte dessa ong?

Quais são os artistas que participam da ONG?

Como se dá a escolha desses artistas? Onde são feitas as reuniões? Segundo foi falado pelo próprio Erasmo o objetivo dessa Ong é “ajudar” o teatro.

 - Como ajuda? Qual a relação das ações feitas por essa Ong para ajudar o teatro, se nem a limpeza da área externa era feita, se temos graves problemas estruturais e técnicos?

Os funcionários da ONG são funcionários da Prefeitura Municipal de Campina Grande ou pagos com o dinheiro arrecadado pela ONG? Estaria a prefeitura pagando encargos e salários para uma ONG funcionar e arrecadar valores que não se sabe para onde vão? A ONG fica com 40% da bilheteria de todos os projetos que realiza no Teatro Municipal Severino Cabral.

- Como esse dinheiro é investido? O que o artista ou grupo recebe de apoio e divulgações para pagar um valor tão alto, porque sabemos que uma produção custa em média 20 a 30% de uma bilheteria. Como se dá a prestação de contas da arrecadação dessa porcentagem de bilheteria?

Tivemos acesso a postagens de diversos artistas que estiveram envolvidos nos espetáculos feitos pela ONG e várias reclamações de divergência entre o borderô e a quantidade de público presente na plateia. Erasmo Rafael Costa falou recentemente no facebook que a arrecadação da ONG ajudava o teatro com material de limpeza.

 - Fazendo os cálculos contando com uma bilheteria de um evento realizado em um dia com arrecadação média de R$ 2.000 reais, e tirando os 40%, ficam pra ONG exatamente R$ 800. Os eventos da ONG ocorrem no mínimo 4 vezes no palco central e mais 4 vezes no Mini Teatro Paulo Pontes. Multiplicando esse valor por 4, temos R$ 3.200. Multiplicando por 8 meses teremos a quantia de R$ 25.600. Temos um gasto de 25 mil reais apenas com material de limpeza? A pergunta se repete: pra onde vai o dinheiro arrecadado?

A ONG tem diversos projetos no Teatro Municipal Severino Cabral e tem acesso à escolha das pautas com privilégio para seus projetos.

- Não seria uma concorrência desleal com outros eventos, grupos e espetáculos que já chegam para marcar pautas com os projetos da ONG ocupando dias e datas previamente escolhidos pela própria ONG? A ONG tem um projeto no Mini Teatro Paulo Pontes: Quartas acústicas.

- Por que o dinheiro arrecadado nessa produção não investe no mínimo de funcionamento daquele espaço. Temos cadeiras quebradas, não tem mesa de luz, nem mesmo uma mesa pequena, nem mesmo som tem, que tem que descer do palco central.

Todo mundo sabe do envolvimento do secretário adjunto de cultura Erasmo Rafael junto a essa ONG do qual ele é fundador e continua na administração dela.

- Como essa ONG teve projetos contemplados na Lei Aldir Blanc Municipal? O certo não seria não concorrer já que o secretário adjunto tem interesse direto junto a essa ONG? Se a ONG é toda financiada pelos projetos advindos do teatro e funciona dentro do próprio Municipal, como essa ONG foi contemplada na Lei Aldir Blanc municipal como espaço cultural? Quais as despesas dela com espaço se tudo é pago pela Prefeitura Municipal?

A maior e principal pergunta: Até quando o Senhor Erasmo Rafael da Costa gozará de total e irrestrita confiança da prefeitura municipal para tocar seus projetos que só beneficiam e ele próprio? Como diretor do Teatro Municipal vimos o prédio quase demolir numa péssima gestão que não fez o mínimo que era ter contactado o corpo de bombeiros e solicitado a lavagem da área externa. Só o fez quando denúncias tomaram as páginas das redes sociais. Sabemos também que este senhor tirou a escola de dança do teatro municipal Severino Cabral e a tornou particular. Isso não se caracteriza com uso próprio do erário público com vista a benefício particular?

Até quando a prefeitura ficará omissa e fingindo nada ver diante dos mandos e desmandos desse senhor? Será que o prefeito eleito Bruno Cunha Lima delegará algum cargo administrativo a esse senhor cheio de suspeitas sobre uso de dinheiro público e até com processos correndo na justiça, com denúncias de enriquecimento ilícito e outras feitas ao Ministério Público?

Aguardamos respostas, embora saibamos que a classe artística segue ameaçada e com medo de perseguições silencia, porque se sabe do temperamento e dos chiliques do secretário adjunto que ainda colocou na direção da ONG sua prima Carol e na assessoria do teatro e agora na SECULT sua outra prima Beatriz, cuja falta de educação e tratamento desrespeitoso com inúmeros artistas já é de conhecimento de muitos.”

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