Artistas denunciam que Teatro Municipal precisa de serviços essenciais |
Sem as devidas assinaturas,
alegando temerem perseguição e represálias do ainda subsecretário de Cultura da
Prefeitura de Campina Grande, Erasmo Rafael Costa, um grupo de artistas postou
nas redes sociais detalhado texto, denunciando as atividades consideradas
nebulosas e escusas praticadas pela intencionalmente
denominada ASSOCIAÇÃO AMIGOS DO TEATRO.
Os artistas questionam qual a verdadeira
função da ONG, que tem como “dono” o próprio subsecretário de Cultura, Erasmo
Rafael. Querem saber qual o destino das verbas que a associação recebe da
Prefeitura e denunciam que a estrutura física do Teatro Severino Cabral faz
tempo que padece da manutenção de alguns serviços, considerados essenciais.
Confira, na íntegra, o texto-denúncia:
“ASSOCIAÇÃO AMIGOS DO TEATRO,
O que se sabe dessa associação nebulosa: Foi criada por Erasmo Rafael da Costa
e outros artistas.
- Quem são esses artistas?
Eles ainda fazem parte dessa
ong?
Quais são os artistas que
participam da ONG?
Como se dá a escolha desses
artistas? Onde são feitas as reuniões? Segundo foi falado pelo próprio Erasmo o
objetivo dessa Ong é “ajudar” o teatro.
- Como ajuda? Qual a relação das ações feitas
por essa Ong para ajudar o teatro, se nem a limpeza da área externa era feita,
se temos graves problemas estruturais e técnicos?
Os funcionários da ONG são
funcionários da Prefeitura Municipal de Campina Grande ou pagos com o dinheiro
arrecadado pela ONG? Estaria a prefeitura pagando encargos e salários para uma
ONG funcionar e arrecadar valores que não se sabe para onde vão? A ONG fica com
40% da bilheteria de todos os projetos que realiza no Teatro Municipal Severino
Cabral.
- Como esse dinheiro é
investido? O que o artista ou grupo recebe de apoio e divulgações para pagar um
valor tão alto, porque sabemos que uma produção custa em média 20 a 30% de uma
bilheteria. Como se dá a prestação de contas da arrecadação dessa porcentagem
de bilheteria?
Tivemos acesso a postagens de
diversos artistas que estiveram envolvidos nos espetáculos feitos pela ONG e
várias reclamações de divergência entre o borderô e a quantidade de público
presente na plateia. Erasmo Rafael Costa falou recentemente no facebook que a
arrecadação da ONG ajudava o teatro com material de limpeza.
- Fazendo os cálculos contando com uma
bilheteria de um evento realizado em um dia com arrecadação média de R$ 2.000
reais, e tirando os 40%, ficam pra ONG exatamente R$ 800. Os eventos da ONG
ocorrem no mínimo 4 vezes no palco central e mais 4 vezes no Mini Teatro Paulo
Pontes. Multiplicando esse valor por 4, temos R$ 3.200. Multiplicando por 8
meses teremos a quantia de R$ 25.600. Temos um gasto de 25 mil reais apenas com
material de limpeza? A pergunta se repete: pra onde vai o dinheiro arrecadado?
A ONG tem diversos projetos no
Teatro Municipal Severino Cabral e tem acesso à escolha das pautas com
privilégio para seus projetos.
- Não seria uma concorrência desleal
com outros eventos, grupos e espetáculos que já chegam para marcar pautas com
os projetos da ONG ocupando dias e datas previamente escolhidos pela própria
ONG? A ONG tem um projeto no Mini Teatro Paulo Pontes: Quartas acústicas.
- Por que o dinheiro
arrecadado nessa produção não investe no mínimo de funcionamento daquele
espaço. Temos cadeiras quebradas, não tem mesa de luz, nem mesmo uma mesa
pequena, nem mesmo som tem, que tem que descer do palco central.
Todo mundo sabe do
envolvimento do secretário adjunto de cultura Erasmo Rafael junto a essa ONG do
qual ele é fundador e continua na administração dela.
- Como essa ONG teve projetos
contemplados na Lei Aldir Blanc Municipal? O certo não seria não concorrer já
que o secretário adjunto tem interesse direto junto a essa ONG? Se a ONG é toda
financiada pelos projetos advindos do teatro e funciona dentro do próprio
Municipal, como essa ONG foi contemplada na Lei Aldir Blanc municipal como
espaço cultural? Quais as despesas dela com espaço se tudo é pago pela
Prefeitura Municipal?
A maior e principal pergunta:
Até quando o Senhor Erasmo Rafael da Costa gozará de total e irrestrita
confiança da prefeitura municipal para tocar seus projetos que só beneficiam e
ele próprio? Como diretor do Teatro Municipal vimos o prédio quase demolir numa
péssima gestão que não fez o mínimo que era ter contactado o corpo de bombeiros
e solicitado a lavagem da área externa. Só o fez quando denúncias tomaram as
páginas das redes sociais. Sabemos também que este senhor tirou a escola de
dança do teatro municipal Severino Cabral e a tornou particular. Isso não se
caracteriza com uso próprio do erário público com vista a benefício particular?
Até quando a prefeitura ficará
omissa e fingindo nada ver diante dos mandos e desmandos desse senhor? Será que
o prefeito eleito Bruno Cunha Lima delegará algum cargo administrativo a esse
senhor cheio de suspeitas sobre uso de dinheiro público e até com processos
correndo na justiça, com denúncias de enriquecimento ilícito e outras feitas ao
Ministério Público?
Aguardamos respostas, embora
saibamos que a classe artística segue ameaçada e com medo de perseguições
silencia, porque se sabe do temperamento e dos chiliques do secretário adjunto
que ainda colocou na direção da ONG sua prima Carol e na assessoria do teatro e
agora na SECULT sua outra prima Beatriz, cuja falta de educação e tratamento
desrespeitoso com inúmeros artistas já é de conhecimento de muitos.”
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