"Carlinhos da Volta", exemplo de obstinação |
De Carlinhos de Neve, depois "Carlos Mago", mais tarde, na juventude, adotou o cognome de Carlinhos da Volta. Há mais de uma década professor de economia da UFCG, doutor e mestre, Carlos Alberto Silva, nome de pia, é espelho para todo aquele "guri" com raízes em família humilde, da periferia, pobre, que vislumbra um horizonte digno profissionalmente e de cidadania.
Hoje, "Carlinhos da Volta" nos presenteia com o recorte mais importante da sua vida. A origem do epíteto que lhe conferiu respeito, notoriedade, admiração e referência para para amigos, familiares, sobretudo no seio da própria academia, a universidade, onde na década de 70 se projetou como o mais atuante líder estudantil de Campina Grande.
Vamos conhecer um pouco sobre "CARLINHOS DA VOLTA', escrito de próprio punho. Bela história!
A "Volta de Zé Leal" deu "régua e compasso" para Carlinhos seguir em frente |
Meu sonho, desde criança, era estudar na antiga Escola Politécnica da Paraíba(conhecida carinhosamente, por POLI) cujas raízes remontam ao ano de 1952, tornando-se o Centro de Ciência e Tecnologia, em 1976, e que resultou na criação da nossa UFCG.
Eu era encantado pelos eucaliptos altos que cercavam o futuro campus II da UFPB. Sentia certo fascínio e uma vontade imensa de penetrar no seu interior e desvendar os seus mistérios. Eu falava com meus botões: “Eu ainda vou sentar nos bancos dessa universidade!”. E, assim, em 1975, realizei meu sonho.
Lembro-me que ainda teimava em ser chamada Escola Politécnica e os discentes se identificavam pelos sobrenomes das famílias mais ricas da cidade. Havia a identificação pelo o fulano é filho de doutor sicrano ou do dono da empresa ABC ou filho do procurador ou juiz...Era muita gente fina! Perguntavam: E você Carlinhos é filho de quem? Eu respondia: "Sou filho da Volta de Zé Leal. Pois, foi assim, pelo lugar onde eu residia que criei meu sobrenome. Acabei me firmando com Carlinhos da Volta.
Naquela época, a Volta de Zé Leal era um lugar famoso por sua culinária (caldo de mocotó), por suas bodegas (de seu Lau, Zé Pequeno, os irmãos Neco e Geraldo Rosa, Mané da Paciência, Zé de Beta, Arquimedes Leal), pelas oficinas dos sapateiros: Antônio Bocinha e Zé Simão...Lá também existiam os frandileiros e era o espaço do ferreiro conhecido como “Seu João da Barba Grande”.
Na "Volta" havia uma micro rádio (a difusora Voz do Guarany de Zé de Holanda) que animava e prestava serviços de utilidade pública à comunidade. Era um lugar de boemia, com músicos de final de semana (Duduta no cavaquinho, Valdir no Violão e Abdoral no pandeiro) e seus cantores de rádio (Zito Borborema, Valfrido sapateiro e Geraldo Cavalcanti). Haviam forrós e casas de jogos de carta. Por lá, também viveram os cantadores de viola da família Soares (Enésio, Manoel, Otília e Zé Gonçalves).
A volta de Zé Leal é tão marcante visto que o intelectual e poeta Palmeira Guimarães, filho do barbeiro Antônio Roque, viveu por lá parte de sua infância e juventude. Assim como os jornalistas Zildo Guimarães (irmão de Palmeira Guimarães) e Clovis Lourenço reconhecidos no Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente.
Outro talento de raízes fincadas na Volta de Zé Leal, o primo Zé Pereira (migrou com 17 anos, para Brasília) que se transformou numa personagem viva da cultura candanga, atuando como cineasta e animador cultural de Brasília, um ser especial que nos deixou, prematuramente, com 36 anos.
***Carlos Alberto Silva(Carlinhos da Volta), professor-doutor-mestre em economia da UFCG, mora em João Pessoa, casado com a doutora e mestre em economia VANEIDE LOPES, é pai do estudante de medicina RAVI LOPES DA SILVA.
*BOA NOTÍCIA PB E BOA NOTÍCIA NO RÁDIO
EDITORIA DO JORNALISTA VANILDO SILVA
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