quarta-feira, 23 de setembro de 2020

"Carlinhos da Volta", parte da história de quem venceu pela "teimosia"

 

"Carlinhos da Volta", exemplo de obstinação

 De Carlinhos de Neve, depois "Carlos Mago", mais tarde, na juventude, adotou o cognome de Carlinhos da Volta. Há mais de uma década professor de economia da UFCG, doutor e mestre, Carlos Alberto Silva, nome de pia, é espelho para todo aquele "guri" com raízes em família humilde, da periferia, pobre, que vislumbra um horizonte digno profissionalmente e de cidadania.

Hoje, "Carlinhos da Volta" nos presenteia com o recorte mais importante da sua vida. A origem do epíteto que lhe conferiu respeito, notoriedade, admiração e referência para para amigos, familiares, sobretudo no seio da própria academia, a universidade, onde na década de 70 se projetou como o mais atuante líder estudantil de Campina Grande.

Vamos conhecer um pouco sobre "CARLINHOS DA VOLTA', escrito de próprio punho. Bela história!

A "Volta de Zé Leal" deu "régua e compasso" para Carlinhos seguir em frente


Meu sonho, desde criança, era estudar na antiga Escola Politécnica da Paraíba(conhecida carinhosamente, por POLI) cujas raízes remontam ao ano de 1952, tornando-se o Centro de Ciência e Tecnologia, em 1976, e que resultou na criação da nossa UFCG. 

Eu era encantado pelos eucaliptos altos que cercavam o futuro campus II da UFPB. Sentia certo fascínio e uma vontade imensa de penetrar no seu interior e desvendar os seus mistérios. Eu falava com meus botões: “Eu ainda vou sentar nos bancos dessa universidade!”. E, assim, em 1975, realizei meu sonho.

Lembro-me que ainda teimava em ser chamada Escola Politécnica e os discentes se identificavam pelos sobrenomes das famílias mais ricas da cidade. Havia a identificação pelo o fulano é filho de doutor sicrano ou do dono da empresa ABC ou filho do procurador ou juiz...Era muita gente fina! Perguntavam: E você Carlinhos é filho de quem? Eu respondia: "Sou filho da Volta de Zé Leal.  Pois, foi assim, pelo lugar onde eu residia que criei meu sobrenome. Acabei me firmando com Carlinhos da Volta.

Naquela época, a Volta de Zé Leal era um lugar famoso por sua culinária (caldo de mocotó), por suas bodegas (de seu Lau, Zé Pequeno, os irmãos Neco e Geraldo Rosa, Mané da Paciência, Zé de Beta, Arquimedes Leal), pelas oficinas dos sapateiros: Antônio Bocinha e Zé Simão...Lá também existiam os frandileiros e era o espaço do ferreiro conhecido como “Seu João da Barba Grande”. 

Na "Volta" havia uma micro rádio (a difusora Voz do Guarany de Zé de Holanda) que animava e prestava serviços de utilidade pública à comunidade. Era um lugar de boemia, com músicos de final de semana (Duduta no cavaquinho, Valdir no Violão e Abdoral no pandeiro) e seus cantores de rádio (Zito Borborema, Valfrido sapateiro e Geraldo Cavalcanti). Haviam forrós e casas de jogos de carta. Por lá, também viveram os cantadores de viola da família Soares (Enésio, Manoel, Otília e Zé Gonçalves).  

A volta de Zé Leal é tão marcante visto que o intelectual e poeta Palmeira Guimarães, filho do barbeiro Antônio Roque, viveu por lá parte de sua infância e juventude. Assim como os jornalistas Zildo Guimarães (irmão de Palmeira Guimarães) e Clovis Lourenço reconhecidos no Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente. 

Outro talento de raízes fincadas na Volta de Zé Leal, o primo Zé Pereira (migrou com 17 anos, para Brasília) que se transformou numa personagem viva da cultura candanga, atuando como cineasta e animador cultural de Brasília, um ser especial que nos deixou, prematuramente, com 36 anos.


***Carlos Alberto Silva(Carlinhos da Volta), professor-doutor-mestre em economia da UFCG, mora em João Pessoa, casado com a doutora e mestre em economia VANEIDE LOPES, é pai do estudante de medicina RAVI LOPES DA SILVA.


*BOA NOTÍCIA PB E BOA NOTÍCIA NO RÁDIO
  EDITORIA DO JORNALISTA VANILDO SILVA

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